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Localizada no Mar Adriático e banhada pelo sol, Rijeka é uma cidade croata com um toque paradisíaco. Mas não faz muito tempo, o campeonato mundial de motociclismo terminou não muito longe daqui, num circuito particularmente perigoso.

O circuito de Rijeka, hoje denominado 'Automotodrom Grobnik', foi construído em 1977 para substituir um antigo circuito perigoso: Opatija. Este último, muito técnico, serpenteou pela localidade homónima, ganhando-lhe a alcunha de “pequeno Mónaco”. O Grande Prêmio da Iugoslávia acontece lá desde 1969, sendo uma etapa essencial do campeonato.

Para manter esta publicidade da magnífica Baía de Kvarner, Josep Broz Tito ordenou a construção de um novo circuito nos arredores de Rijeka. Em apenas dois meses, numa planície, traça-se um percurso e desde o início, ele é uma fonte de problemas.

As curvas são muito rápidas e o circuito tem várias áreas de frenagem nas curvas, passagens difíceis de transpor para motocicletas antigas. Uma verdadeira dor de cabeça. Muito curto e estreito, tem o aspecto de uma catraca.

Além disso, o asfalto aplicado é de má qualidade. Mas não importa ! Afinal, parece que o circuito de Salzburgo e as corridas na Iugoslávia representam uma grande oportunidade para promover o esporte. Os pilotos, como acontecia frequentemente na época, nem sempre eram ouvidos.

O Grande Prêmio da Iugoslávia era, no entanto, bastante popular e acontecia desde 1969. Aqui, Yanko Stefe na pista de Opatija durante a primeira edição da corrida.

No primeiro ano de operação, não há 500 cc. Mas Ricardo Tormo e Ángel Nieto hasteiam a bandeira espanhola nas categorias pequenas. Por enquanto, tudo está indo bem.

Em 1979, porém, Kenny Roberts conquistou o troféu de 500cc, categoria que não seria disputada no ano seguinte. Mas o circuito está longe de ser unânime, especialmente porque a superfície se deteriora cada vez mais. Os pilotos devem, portanto, ter muita cautela.

As quedas, por vezes graves, sucedem-se. O francês Michel Rougerie, vice-campeão mundial de 250cc em 1975, caiu na segunda etapa da etapa de 350cc. Atordoado, ele se levanta no meio da pista e decide atravessá-la para se abrigar; uma situação improvável. Roger Sibille, outro francês, não consegue evitá-lo e bate de frente.

Este acidente, um dos mais terríveis alguma vez registados em vídeo, permaneceu nos anais. Sibille só saiu com um forte ataque de calor, ao contrário de seu compatriota. Cervicais quebradas, Michel Rougerie morreu instantaneamente em 31 de maio de 1981.

A evidente falta de segurança e de autorização não pareceu alertar a FIM, que manteve a rota iugoslava no calendário. Porém, em 1983, foi o suíço Rolf Rüttimann quem morreu ao bater num trilho de “segurança”.

Uma história triste... Mas o pesadelo estava apenas começando.

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