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A pista de Rijeka, testemunha do Grande Prêmio da Iugoslávia nas décadas de 1970 e 1980, foi uma das mais mortíferas. Após a morte de Michel Rougerie e Rolf Rüttimann, os organizadores não pareciam mais alertas.

Descrito como caótico pelos comentaristas, o asfalto era difícil de ver e não garantia corridas esplêndidas. Além disso, a política envolveu-se: em 1985, o sul-africano Mario Rademayer não conseguiu entrar no território, tendo a Jugoslávia cortado relações por causa do Apartheid.

Enquanto isso, a pista deu certo para Wayne Gardner e Eddie Lawson: os dois rivais dividiram quatro vitórias em quatro anos, de 1985 a 1988. Se tiveram sucesso, o mesmo não aconteceu com os competidores: em 1987, Niall Mackenzie, Freddie Spencer e Sarron ficaram feridos durante os testes. Um ano depois foi a lenda Anton Mang quem machucou gravemente a clavícula e que encerrou sua carreira imediatamente.

Mas não foi nada comparado a 1990. Neste fim de semana, a FIM gostaria de esquecer isso. Tudo indicava que a reunião teria que ser cancelada. Três semanas antes da organização da prova, o italiano Eros Manferdini morreu durante o Campeonato Europeu. Durante os testes, Sarron caiu pesadamente e foi retirado da pista muito rapidamente, por fiscais que demonstraram pouca preocupação com o estado de saúde do francês.

A cidade de Rijeka é uma pedra angular da economia croata. 3ª maior cidade do país e Capital Europeia da Cultura 2020, foi naturalmente escolhida por Tito para acolher um Grande Prémio de motos. Foto de : Antonio199cro

Os críticos começaram a rosnar, visando o amadorismo da organização. Ainda durante os testes, desta vez nas 250cc, Wilco Zeelenberg também foi vítima de um enorme volume. Durante a corrida de 500cc, Sito Pons caiu e foi evacuado repentinamente depois de ter sido atingido por Pierfrancesco Chili. Uma manobra desnecessariamente arriscada que valida os comentários dos pilotos em relação à organização. No total, apenas nove classificados em 500, sendo que quatro deles estão a mais de uma rodada de distância. Um verdadeiro massacre.

Mas o verdadeiro problema surgiu mais cedo, durante a ronda de 250cc. A chuva apareceu no início da corrida, obrigando os pilotos a parar. Mas os comissários perceberam, mais uma vez, o imperdoável! As bandeiras vermelhas não foram agitadas em todos os lugares do circuito. Um certo Darren Milner, substituindo Zeelenberg, viu essas bandeiras como sinônimo do fim imediato da corrida.

Ele estava se movendo a uma velocidade anormalmente lenta quando o alemão Reinhold Roth o atingiu. O choque foi de rara violência. Álex Crivillé teve que saltar da moto para evitá-los e ficou ferido ao mesmo tempo. Milner e o espanhol foram evacuados ao acaso, mas escaparam sem muitos danos. Roth não teve tanta sorte.

De helicóptero até ao hospital mais próximo, foi o Doutor Costa quem lhe prestou os primeiros socorros. Tendo perdido o capacete no acidente, os especialistas estavam pessimistas. Mas graças às ações de Costa ele conseguiu escapar após seis meses em coma entretanto, hemiplégico. Atualmente, as enfermeiras ainda vêm cuidar dele diariamente; vítima direta da irresponsabilidade da FIM da época, mais ocupada com a expansão do esporte do que com a saúde dos participantes.

Este fim de semana de vergonha põe fim ao Grande Prêmio da Iugoslávia. Bem, não exatamente: as autoridades, acreditem ou não, eram a favor de uma edição de 1991 que ia ser organizada! Este último foi cancelado devido à guerra iniciada no final de junho. Este circuito mortal, aliado a uma organização desastrosa, nunca mais foi visto em nenhum campeonato mundial desde então.

 

Foto da capa: Pigpanter

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