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Quando o seu motor avariou logo no início da sessão de qualificação, relegando-o automaticamente para a quarta fila, as hipóteses de Mahias pareciam estar em perigo em Magny-Cours. Mas oito minutos depois, o seu rival no Campeonato, Kenan Sofuoglu, caiu violentamente e sofreu três fracturas na anca*, necessitando de 12 semanas de convalescença. 

Agora é impossível ao campeão turco participar nas duas últimas corridas que terão lugar no dia 22 de outubro em Jerez e depois no dia 5 de novembro em Losail. Lucas Mahias, que soma 154 pontos no total, portanto só tem como adversário no Campeonato Sheridan Morais (122 pontos) e Jules Cluzel (115).

O piloto francês falou nas colunas do site oficial www.worldsbk.com: “A coroa do WorldSSP é o sonho da minha vida. Desde que comecei a competir, o meu sonho nunca foi correr no MotoGP. Meu objetivo sempre foi um dia ser Campeão Mundial de Supersport. Esta é uma categoria que nunca deixou de me fazer sonhar. Toco esse sonho com a ponta dos dedos... Porém poucos sonhos se realizam, mas não estou longe disso. » 

“Há uma certa pressão sobre meus ombros e isso é algo que ainda preciso aprender a administrar. Também deve ser dito que Kenan está em um estado de espírito diferente. Ele já é pentacampeão e ter seis não vai mudar muito. Da minha parte é diferente, estou construindo alguma coisa. »

“É claro que estou feliz, mas no fundo sei que se Kenan não tivesse se machucado a história teria sido diferente. Tenho muito que aprender com essa categoria e com a luta contra ela. Ele perdeu os dois primeiros eventos e conto o mesmo número de resultados em branco, com exceção do encontro em Magny-Cours. Ele ganhou em diversas ocasiões. »

“Embora muitas vezes esteja ao volante dele, tenho consciência de que ainda me falta alguma coisa para vencê-lo. Quanto mais nos aproximamos do final da temporada, mais perto eu fiquei dele. Estou um pouco decepcionado que tenha terminado assim para ele, mas isso faz parte da corrida. Em 2015, se bem me lembro, ele foi intitulado após a lesão de Jules. » 

“A YZF-R6 é uma máquina nova e falta-nos perspectiva. Começamos com uma folha de papel em branco para cada evento. Na Magny-Cours usamos as configurações que usei como curinga em 2015, mas a moto é diferente. Temos que trabalhar em todos os detalhes, como as suspensões. Temos uma base, mas continua muito mais complicada do que para a Kawasaki ou a Honda ou mesmo a MV Agusta, que podem confiar nos dados já existentes. » 

“Também acho que nos falta um pouco de poder. Sendo o número de motores limitado, não foi fácil organizar testes durante a temporada. São muitos detalhes que significam que, no próximo ano, estaremos ainda melhores. »

“Mesmo que meu sonho seja ser Campeão Mundial de Supersport, nunca tive vontade de encerrar minha carreira nesta categoria. É um passo. Já rodei uma 1000cc, uma Endurance ou uma Superstock 1000, e gosto muito. A gestão dos pneus é diferente em comparação com uma 600cc e o meu estilo de pilotagem adapta-se perfeitamente a isso. Fazer uma segunda temporada nas SSP só pode ser benéfico para mim e espero, claro, passar para as SBK no ano seguinte. »

*fraturas do ísquio esquerdo, do ílio do ramo púbico, da asa ilíaca e da asa sacral.

Fotos © Yamaha Racing

Fonte: www.worldsbk.com

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