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quando apresentação da equipe Ducati MotoGP em Neuchâtel, além de Claudio Domenicali, o chefão, e Gigi Dall'Igna, o gestor do projecto de MotoGP, falaram dois técnicos, um sobre aerodinâmica, o outro sobre motores.

Nesta última área, a Ducati sempre mostrou uma vantagem e é raro um gestor de motores vir falar em público.

Contudo, este foi o caso com David Barana, Diretor Técnico da Ducati Corse, que, mesmo com observações muito gerais, confirma a supremacia da distribuição desmodrômica do V4 italiano e seu constante aumento de potência.

Conte-nos sobre o motor, já que geralmente você é bom nisso.

David Barana : “Sim, este sempre foi um ponto forte da Ducati desde o início do projeto de MotoGP. E sempre aumentamos a potência do motor, exceto, claro, quando os regulamentos reduziram a cilindrada.”

Como você conseguiu isso?

“Essa conquista é resultado de vários fatores. Em primeiro lugar, diria que a paixão pelo nosso trabalho é fundamental quando falamos de motores. Mas não é só paixão, é também a possibilidade de contar com um grupo excepcional com talentos profissionais de altíssimo nível, aliado a uma ampla gama de ferramentas de desenvolvimento líderes. Estou falando de bancadas de testes, laboratórios e programas de engenharia. Devemos também acrescentar a isto o nosso património técnico, baseado numa longa tradição, aliado a uma abordagem inovadora e positiva ao processo de desenvolvimento.”

Você pode nos contar um pouco mais sobre como você trabalha na prática?

" OK. Basicamente o processo é o seguinte: no início começamos corrigindo as ideias da equipe de desenvolvimento. Colocamos-los na mesa e tentamos avaliá-los melhor com os principais softwares e softwares de simulação. As ideias mais promissoras passam para a segunda fase, onde são colocadas em desenhos e passam a interagir com a fabricação das peças. Quando a peça finalmente chega até nós, podemos testá-la em bancada quanto à confiabilidade e desempenho. Depois, claro, se tudo correr bem, ela vai para a pista para os ajustes finais.”

Ducati é sinônimo de timing desmodrômico, certo?

“Sim, chamamos-lhe Desmo e é um exemplo de como os nossos valores também podem ser encontrados numa solução técnica. A distribuição é essencial para encontrar o desempenho de um motor. Gera todos os movimentos das válvulas. O sistema mais comum utilizado possui cames e molas. O came produz a abertura do mecanismo enquanto a mola se encarrega do fechamento. Mas como os motores de competição funcionam a velocidades muito elevadas para entregar a sua potência, as molas já não são capazes de manter este movimento, podendo por vezes até partir-se. Assim, com o Desmo, temos um meio equivalente que nos permite resolver o problema prescindindo de molas, graças a um 2º sistema, simétrico ao que está à sua frente (abertura das válvulas) e que funciona com ele. A ideia é muito simples, mas claro que não é tão simples assim (risos). É preciso muito trabalho para fazê-lo funcionar em um ambiente tão extremo. Posso resumir dizendo que o Desmo é um exemplo de como uma abordagem alternativa pode compensar. É claro que isso requer abnegação e uma atitude de nunca desistir. Mas depois de conseguir isso, você definitivamente terá uma vantagem.”

Não vamos dar um curso sobre distribuição desmodrômica neste artigo, mas para os interessados ​​na referência a softwares de simulação, aqui está um exemplo concreto de como a Ducati funciona, o mais rápido possível e com o mínimo de testes necessários. (ficheiro PDF, aqui em um virabrequim).

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Encontre as palavras do aerodinamicista Eduardo Lenoci

 

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