pub

O Grande Prémio de Misano foi mais do que turbulento, entre a desclassificação de Romano Fenati, a comentada chegada de Christophe Ponsons para substituir Tito Rabat e a recusa de Valentino Rossi em apertar a mão de Marc Márquez. Como acontece em todos os fins de semana de corrida, o diretor desportivo da LCR Honda, Óscar Haro, interrogou e deu o seu ponto de vista especializado ao Motociclismo.


O fim de semana começou com uma conferência de imprensa muito tensa na quinta-feira, durante a qual Valentino Rossi recusou-se a apertar a mão de Marc Márquez. Um momento que Óscar Haro analisa sob um duplo ponto de vista: “Existem duas maneiras de ver o que aconteceu. Para quem não é piloto profissional deste nível, Rossi não deveria ter colocado lenha na fogueira. Ele guarda rancor de Márquez e por ele é o único responsável pelo décimo título perdido. Para mim a maturidade do Valentino deveria colocá-lo acima disso, porque Marc Márquez nada mais é do que um Valentino Rossi de dez anos atrás. O Rossi tem quase quarenta anos, não está ao nível do Márquez e a Yamaha não está ao nível da Honda. Acho que ele deveria ter apertado a mão dela. Mas um piloto de ponta não vê coisas assim. O ego deles é tal que não podemos compreender. Se Rossi tivesse apertado sua mão, ele ficaria frustrado. Se eles estivessem amarrados na pista, ele teria feito isso. Mas ele se vê inferior, porque é mais velho e a Yamaha não tem trabalhado no mesmo nível da Honda. Apertar a mão dele é dizer “ok, me esmague”. »

privativa, a chegada do francês Christophe Ponsson substituir o lesionado Tito Rabat, mesmo nunca tendo pilotado uma MotoGP, causou muito debate. Porém, para o diretor esportivo da LCR Honda, não há ninguém para culpar: “Raúl Romero, chefe da equipe Avintia, tem a obrigação de substituir e cobrir os custos do seu piloto ausente, não porque tenha sido demitido, mas porque se machucou após um mau sinal em Silverstone. Raúl chama Melandri ou Forés, mas ninguém quer concorrer porque o nível é altíssimo. Ninguém quer vir ao MotoGP apenas para uma corrida. É tão difícil, há tanta informação e eletrônica que é impossível ser rápido em apenas um final de semana. Raúl fez uma escolha e o cara, Chris Ponsons, chegou aos 107% ficando a cinco segundos de distância. Foi perigoso? Sem dúvida. É uma máquina que andamos muito, muito rápido e quando chegamos para frear e encontramos no nosso caminho um cara que freia vinte metros antes porque não sabe manejar a eletrônica, é muito perigoso, para você e para ele. Isso vai fazer as pessoas falarem, mas não vejo ninguém para culpar. »

Finalmente, o fim de semana terminou com o escândalo desencadeado por A loucura de Romano Fenati corrida : “Para mim a retirada da licença dele se justifica. Quem brincar com a integridade física de outro piloto deve, no mínimo, ser expulso. Não é só ação, ele já tem um currículo e tanto e não precisamos de gente como ele nesse esporte. Para mim, o Fenati não deveria voltar à Copa do Mundo. Eu o conheço, Pablo Nieto me falou dele. Ele brigou com o Uccio, jogou o capacete nos mecânicos. Ele é um cara conflituoso, tem um problema psicológico, uma dupla personalidade. Aí ele vem e pede desculpas e tem um coração de ouro. Mas acredito que seja o fim do Romano Fenati porque a imagem dos patrocinadores é muito importante. É difícil arranjar dinheiro num desporto tão caro e um patrocinador não quer uma imagem negativa. Quando você tem uma equipe você perdoa quase tudo aos pilotos, eles são como seus filhos. Mas os patrocinadores estão ligando porque as ações dos motoristas têm repercussões significativas e negativas. E dependemos de patrocinadores. Além disso, somos heróis para milhões de crianças. São esponjas que absorvem tudo o que veem. Se não fizermos nada, amanhã eles vão pegar sua mini bike e dizer “Vou fazer uma Fenati para você”. » Devemos estar atentos à imagem do nosso esporte. »