O mundo das corridas de Grande Prêmio está prestes a passar por uma revolução que pode redefinir o que conhecemos da pequena categoria, a Moto3. A Dorna, guardiã do templo da velocidade, está preparando uma reformulação completa que pode muito bem fazer da Moto3 o playground das máquinas que relembram a glória das antigas 500cc, mas com um toque exótico e inesperado.
A pequena categoria do MotoGP, a Moto3, pode muito bem passar por uma grande mudança nos próximos anos, com consequências que redefinirão seu papel no campeonato mundial. dorna, empresa organizadora da competição, estuda uma reformulação completa da categoria, considerando uma mudança para Motocicletas de dois cilindros de 500 cc, uma mudança que ecoaria o que era a norma na categoria principal há mais de duas décadas.
O projeto em questão visa tornar a Moto3 mais difícil de dirigir, em resposta a uma das críticas recorrentes à categoria atual. Atualmente, a Moto3, com motores de Cilindro único de 250 cc, são relativamente fáceis de controlar, permitindo que muitos cavaleiros andem em grupos compactos, onde as batalhas costumam ser muito acirradas. A transição para motores 2cc V500 buscaria romper com essa dinâmica, tornando as corridas mais táticas e os pilotos mais dependentes de suas habilidades técnicas.
A introdução de motores bicilíndricos de 500 cc marcaria uma transição clara da Moto3 para uma categoria mais sofisticada, e aproximaria a pequena categoria da configuração usada anteriormente na categoria rainha, que operava com motores bicilíndricos de 500 cc, porém de dois tempos.
A opção chinesa: CFMoto na vanguarda da Moto3
Embora a transição para motores bicilíndricos de 500 cc pareça cada vez mais plausível, outro aspecto dessa evolução está gerando grande interesse: o fornecedor do motor. Enquanto grandes fabricantes como Honda et Yamaha, demonstraram algum interesse no projeto, a verdadeira surpresa vem da China. CF Moto, um fabricante chinês de motocicletas, perto de KTM, parece muito interessada na ideia de produzir motores para a nova geração da Moto3, e alguns relatos até sugerem que a empresa poderá ser responsável pela produção de todas as motocicletas nesta categoria.
Tal envolvimento de um fabricante chinês pode abalar o atual ecossistema da Moto3, onde marcas europeias dominam o cenário, e adicionar uma nova dimensão à dinâmica industrial da MotoGP.
Uma questão fundamental que permanece é qual abordagem adotar para a estrutura do campeonato. Em uma configuração de marca única, como já é feito na MotoE com motocicletas elétricas, um único fabricante forneceria as motocicletas completas, incluindo o chassi e o motor. No entanto, de acordo com os últimos rumores espalhados por motorpasão, parece mais provável que dorna escolher seguir o modelo de Moto2Onde um fornecedor de motores (como a Triumph nesta categoria) fornece os motores, mas cada equipe tem a liberdade de escolher seu chassi. Essa abordagem ofereceria um certo nível de personalização, mantendo ao mesmo tempo um certo nível de competitividade.
Se este projeto de transformação da Moto3 se concretizar, a nova categoria poderá ser lançada por volta 2027 ou 2028. Essa mudança radical não só redefiniria a dinâmica da categoria, mas também o papel da Moto3 como trampolim para futuros talentos da MotoGP. Uma mudança para motos mais potentes e complexas poderia atrair um tipo completamente diferente de piloto, com habilidades técnicas mais refinadas e talvez uma abordagem diferente ao espetáculo de corrida.
O plano de transformar a Moto3 em uma categoria com motores bicilíndricos de 500 cc abre caminho para uma nova era para o esporte, com motos mais difíceis de pilotar, mais próximas dos padrões atuais da categoria máxima. No entanto, essa mudança também envolve riscos, principalmente no que diz respeito à estabilidade do mercado e ao papel dos fabricantes nessa transição. Resta saber se as equipes aceitarão esse desenvolvimento e como isso afetará o equilíbrio da competição.
Será fascinante observar como essa proposta evoluirá nos próximos anos, mas se ela se concretizar, poderá trazer uma nova dinâmica emocionante para a MotoGP.