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Quando intitulamos nosso último artigo sobre JuniorGP “ Um punhado de nomes começa a se repetir insistentemente...", referimo-nos, claro, a Lukas Tulovic, vencedor das três corridas do campeonato europeu de Moto2 até ao momento, mas sobretudo a Joel Esteban, o esperançoso de Barcelona que cruzou a linha de chegada na primeira posição na 'European Talent Cup em 4 ocasiões, mas que foi desclassificado na última rodada em Valência.

 

 

Aos 17 anos, o menino já participa de diversos campeonatos na Espanha há 10 anos, mas, segundo a opinião do paddock, é neste ano que ele realmente explode (8º em 2020) ao dominar completamente uma categoria onde todas as máquinas , Honda 250 Moto3 Stock, são estritamente idênticas. Ou quase, já que no final da última corrida no circuito Ricardo Tormo, a inspeção técnica revelou que uma rótula de amortecedor não era considerada original por ter 7 milímetros de rosca extra.

Aplicação estrita do regulamento e desclassificação por parte dos organizadores, disputa de forma e conteúdo por parte da equipa Aspar que constata, com documentos comprovativos, todas as inconsistências do procedimento e declara ter levado este lamentável assunto a tribunal .

Aqui está a nossa tradução do argumento da equipe de Jorge Martinez “Aspar”.


A Aspar Team Junior venceu ambas as corridas da European Talent Cup em Valência com Joel Esteban. Após a segunda corrida, os escrutinadores detectaram um componente no amortecedor traseiro da moto nº 78 que consideraram “não original” por ser “7 milímetros mais comprido” do que deveria.

A comissão técnica verificou a moto de Joel Esteban depois de todos os testes oficiais e de todas as corridas da temporada, conforme exigido pelo regulamento, porque esteve sempre entre os três primeiros da categoria, tanto nas duas corridas do Estoril como durante a duas corridas realizadas no circuito Ricardo Tormo. Nenhuma das primeiras sete verificações revelou nada de anormal na moto..

Esta peça considerada “não original” pela comissão técnica provém de uma amortecedor original Showa, assim como a parte que a comissão técnica considera original. As duas partes diferem apenas no comprimento. A peça montada no amortecedor traseiro de Joel Esteban nesta segunda corrida em Valência respeita o resto das dimensões e formas em relação ao considerado original pela comissão técnica. No catálogo da Honda, fabricante das motocicletas, as dimensões não são especificadas. As equipas não podem, portanto, saber as dimensões exactas desta peça, porque não aparecem no regulamento nem neste catálogo.

A altura do amortecedor traseiro da moto de Joel Esteban durante a segunda corrida em Valência respeitou sempre os limites estabelecidos na secção e) do artigo 5.6.9.4 do regulamento da Hawkers European Talent Cup. Essa dimensão, respeitada pela equipe, é o que define o desempenho do amortecedor traseiro e, portanto, da motocicleta. A diferença de comprimento desta peça específica, considerada pelo relatório técnico como “7 milímetros mais longa que a original”, não traz qualquer vantagem em termos de desempenho do amortecedor traseiro e, portanto, em termos de desempenho da moto, uma vez que o a dimensão do amortecedor traseiro foi respeitada de acordo com os regulamentos. Esta diferença de 7 milímetros corresponde a 7 milímetros de rosca adicional na parte que fixa o amortecedor ao chassis.

A sanção especifica que a equipe não respeita o artigo 5.6.9.4 nos pontos a, b e e. O ponto e indica que o comprimento total do amortecedor deve ser mantido dentro dos limites recomendados pelo fabricante da motocicleta. A sanção não especifica, porém, se, neste caso, houve diferença nesta medida.

A Aspar Team Junior não teve oportunidade de recorrer da penalização, tendo a direção de prova afirmado que já tinham decorrido 65 minutos desde a aplicação da penalização (o limite é de 60 minutos). A equipe não teve como verificar se realmente haviam se passado 65 minutos porque a notificação recebida não especificava o tempo em que o pênalti foi aplicado (anexo). O momento em que a penalidade teria sido notificada só consta da folha mantida em arquivo pelos comissários, que só a mostraram à equipe no momento do recurso desta. Só então a equipe descobriu que havia ultrapassado cinco minutos o tempo previsto (anexo).

En outre, o relatório técnico que define a sanção tem data diferente da do dia em que foi realizada a inspeção técnica da motocicleta. A reportagem tem data de 21 de maio, às 17h00, enquanto a segunda corrida da Hawkers European Talent Cup teve lugar no dia 22 de maio, às 15h00 (página 2 do documento anexo).

Devido a essas inconsistências, a equipe iniciou uma ação legal para defender seus interesses e imagem e esclarecer essas irregularidades no processo de verificação técnica da motocicleta.

Anexos:

1 – Medida respeitada com a peça “não original”.

2 – Medida respeitada com a peça “não original”.

3 – Diferença entre peças

4 - Recurso que a equipe desejava interpor

5 - Sanção com laudo técnico

6 - Pênalti recebido pela equipe sem o tempo estipulado

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