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Wayne Rainey

Por ocasião do segundo Grande Prémio consecutivo disputado no asfalto de Misano, vejamos a história de um piloto lendário eternamente ligado a esta pista. Na verdade, foi aqui que Wayne Rainey sofreu um grave acidente durante a temporada de 1993, o que o levou a abandonar definitivamente o campeonato mundial. Esta é a história de um herói.

Seis temporadas e meia. Foi quanto tempo levou para ele se tornar uma lenda indiscutível. Mas antes da glória, a pista de terra. Foi assim que ele começou sua carreira, como a maioria dos americanos da época. Posteriormente, ele rumou logicamente para o campeonato nacional de atletismo, o AMA. Então, não há dúvida: Wayne Rainey é um crack.

 

Wayne Rainey

Uma geração de ouro. Você consegue identificar todos eles? Foto de : Rikita

 

Na Kawasaki, ele venceu a edição de 1983 e, ao mesmo tempo, foi abordado por Kenny Roberts pessoalmente para integrar a sua nova estrutura nos Grandes Prémios, nas 250cc. Aos 24 anos, ingressou no escalão mais alto pela porta da frente. A temporada em questão não está correspondendo às expectativas, mas ainda tem tempo pela frente. Quando tivermos a receita, tudo o que você precisa fazer é prepará-lo repetidamente na esperança de encontrar o tempero perfeito..

Rainey voltou para casa para praticar Superbike. Ele passou três anos no campeonato no total e descobriu outro americano que lhe causou alguns problemas: Kevin Schwantz. “King Kenny”, seu mentor, voltou a lhe oferecer uma oferta para 1988, certo do potencial do californiano. Ele não estava errado. Só que desta vez era a 500cc que estava à sua frente.

A decisão de trazer Rainey de volta é, em retrospectiva, uma das melhores da história da empresa de diapasões. Um gênio piloto, liderado por outro gênio, só poderia ter sucesso. Wayne Rainey estava competindo com inteligência e pureza na execução. A impressão de não brigar com a montaria, mesmo sendo o homem mais rápido da pista.

 

Wayne Rainey

Que piloto. Foto de : Rikita

 

Essa frenagem sempre na hora certa, nunca com muita força. Esta é a habilidade de um mestre relojoeiro. É também por isso que Roberts lhe prestou tanta atenção, vindo especificamente da Califórnia para mostrar ao seu aluno como operar uma 250cc. Ele sabia desde o início. Em 1988, em sua temporada de estreia, Rainey apareceu na tela. Ao lado de Eddie Lawson, outro mago da pilotagem, ele não cometeu erros e terminou em terceiro lugar no campeonato mundial, marcando pontos em todas as corridas da temporada. Não é uma queda para ele, não é uma queda para “Steady Eddie”. Escusado será dizer que a Yamaha Roberts devia ter peças sobressalentes.

Na sua magnífica YZR500 OW98, venceu uma corrida em Donington, a primeira com discos de carbono. Seguiu-se outra importante vitória de Suzuka, durante as famosas 8 Horas na companhia de Kevin Magee. Ele é logicamente um dos favoritos ao título no ano seguinte. No final das contas, a temporada de 1989 é considerada uma das maiores de todos os tempos. : Rainey, Christian Sarron, Kevin Schwantz e Eddie Lawson se destacaram, ficar bêbado todo fim de semana.

Mas é o último da lista que consegue ganhar o jackpot. Lawson conquistou a façanha de conquistar o título com a Honda logo em seu primeiro ano na estrutura Kanemoto. Rainey só pode elogiar o desempenho surpreendente de seu ex-companheiro de equipe. Mas, de qualquer forma, estava apenas atrasando o prazo. O talento do californiano é tal que vê-lo coroado parece lógico.

Ele não deixou de confirmar em 1990. Foi um daqueles anos em que o piloto parecia estar em estado de graça. Ele está perto da perfeição, compreendeu a ciência da pilotagem. Além da ronda húngara que teve de abandonar devido a uma avaria na sua YZR500 OWC1, ele termina todas as corridas no pódio. Uma verdadeira conquista esportiva.

Depois, 1991 e 1992. Mais dois anos de domínio extremo, condução quase perfeita e uma taxa de abandono escolar anormalmente baixa. Porém, não faltaram adversários: entre o eterno rival Kevin Schwantz – sem dúvida mais rápido, mas menos regular – Mick Doohan ou seu companheiro John Kocinski, foi uma luta dura. Além disso, mesmo que o título de 1992 seja merecido, isso se deve principalmente à ausência de Doohan durante a temporada, após a grande queda em Assen.

 

Desde então, regressou às motos – e até às muito potentes – graças a sistemas adaptados à sua deficiência. Foto de : Rikita

 

Três anos, três títulos. Um hat-trick que lembra o alcançado pelo seu mentor Kenny Roberts pela Yamaha de 1978 a 1980. O ano de 1993 parecia bom. Um Mick Doohan diminuído deu lugar ao que todos sonhavam ver: uma batalha Rainey-Schwantz. Por tantos anos, os dois se enfrentaram, mas a Califórnia sempre dominou o Texas. Porém, este ano, os papéis foram invertidos.

A Yamaha ficou para trás em termos de desempenho; o YZR500 OWF2 não estava no nível da Suzuki concorrente, e talvez até da Honda. Rainey e Cadalora tiveram que fazer mais, superar-se para fazer a máquina funcionar. Até que um dia isso não aconteceu.

Na gravilha da primeira curva em Misano Wayne Rainey está no chão, inerte, paralisado. Uma dor incomparável o invadiu, como se seu corpo tivesse um buraco. Neste 5 de setembro de 1993, o planeta das motocicletas parou. Um daqueles sombrios 5 de setembro, onde as memórias voltam à tona e a vida nos dá um lembrete. Seja como for, Wayne Rainey é uma das estrelas deste esporte magnífico, às vezes cruel.

Foto da capa: Rikita

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