O inverno é a época ideal para refletir sobre grandes destinos. Hoje nos concentramos em um dos pilotos mais cativantes, rápidos e carismáticos dos últimos 20 anos. Eu nomeei: o kiwi mais rápido do mundo, que foi mais rápido que o câncer, Bruce Anstey.
A história de Anstey é a história de um cara que já esgotou seu capital vital. Depois de fazer sua estreia na Nova Zelândia no início da década de 1990 Bruce só tem um sonho em mente. O Troféu Turístico.
Ele se inspirou no retorno mítico de Mike “The Bike” Hailwood no TT de 1978. Apaixonado não pode ser inventado. À medida que subia na hierarquia nacional, ele foi diagnosticado com câncer testicular em 1995. Seu estilo de vida mudou, pontuado por cuidados e medicamentos. Essa provação lhe dá uma força mental surpreendente e ilimitada.

Bruce Anstey em 2015, em Bray Hill.
Em 1996, apenas um ano depois, chegou pela primeira vez à ilha. Dominar o Snaefell Mountain Course em sua primeira aparição é quase impossível. Então ele aprende. Anos após anos. Ele realmente explodiu a partir de 2002, data de sua primeira vitória na categoria “leve”, ou seja, 250cc. É a partir desta data que “Bruce Almighty” aparece no início de todas as corridas de rua de prestígio. Ele compete no Tourist Trophy, North West 200 e também no Ulster Grand Prix, os três maiores eventos do gênero.
Em 2014, estabeleceu um novo recorde (17'06''682 a uma média de 213 km/h). Um verdadeiro feito, alcançado com total tranquilidade. Depois de várias vitórias em Superstock e também em Supersport, venceu a corrida de Superbike (a segunda mais prestigiada atrás do TT Sênior) em 2015, feito que repetiu em 2017.
Para 2016, ele anuncia corridas na famosa Honda RC213V-S. UM MotoGP aprovado, nem mais, nem menos. Bruce Anstey é tudo isso. Ele é alguém que não fala com a mídia com frequência, ou nunca. Ele é um Homem que passou e está passando por períodos tempestuosos. Que se liberta a 323 km/h, em 6º lugar, no final da Sulby Straight. Um piloto de extrema regularidade, reservado, mas tão alto quando o couro cai. Estas são as cores do Valvoline do Team Padgett, que contrastam com seu capacete preto.

No início do Senior TT 2016, enfrentando o seu destino.
Na ilha como em casa, mas acima de tudo o kiwi. Além disso, desde 2015, é membro da prestigiosa Ordem de Mérito da Nova Zelândia. O câncer nunca está longe e ressurgirá em 2018. Mais uma vez, Anstey saiu vitorioso.
Para seu grande retorno em 2019, ele já era o mais rápido nos testes, aos 50 anos. Este homem definitivamente não é feito da mesma matéria que nós. Por tudo isto – sendo as quinze vitórias do Tourist Trophy quase secundárias – Bruce Anstey é um piloto à parte. Definitivamente um dos mais simpáticos, sem dúvida um dos mais talentosos. Certamente um dos mais heróicos.
Você conhecia a história de Bruce Anstey? Conte-me nos comentários!

Anstey neste lindo CBR Padgett's.