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É muitas vezes dissecando as fotos que descobrimos assuntos interessantes sobre as técnicas utilizadas no MotoGP. Desta vez, é um simples sensor de temperatura dos pneus montado nos aros da equipe Ducati desde 2017, e da Yamaha Movistar este ano. Em última análise, o sistema não é tão simples!

Até agora, e ainda é assim, os fabricantes utilizavam sensores infravermelhos montados no braço oscilante para registrar as temperaturas dos pneus, começando pelos da carcaça traseira que tem a difícil tarefa de ter que manter a motocicleta sobre as rodas enquanto passa a potência para o chão. Dois, três ou mesmo cinco sensores são, portanto, montados no braço oscilante, geralmente sob o guarda-lamas e apontados para o pneu para medir a sua temperatura, detectando os raios infravermelhos por ele emitidos.

Aqui estão alguns exemplos. Para dados técnicos, pode consultar o site Texas.

Este ano, a equipa oficial da Yamaha também utilizou 3 sensores idênticos nos seus guarda-lamas dianteiros, para o mesmo fim.

Esta prática já existe há muito tempo, mas, na sequência de vários incidentes, surgiu então a obrigação de montar sensores de pressão nas jantes, para evitar que certas equipas baixassem demasiado a pressão dos pneus traseiros, certamente para ganhar aderência, mas com risco de superaquecimento e deterioração da carcaça pneumática.

Como resultado, surgiram “sensores duplos”, medindo tanto a pressão interna quanto a temperatura do pneu, fornecidos principalmente pela empresa 2D, bastante conhecida no mundo das corridas. Recorde-se que é também graças a estes sensores que é possível ver quais os pneus utilizados no MotoGP ao vivo na televisão (o sinal único de cada sensor é recuperado por loops no asfalto).

Depois a Ducati, que já trabalhava com acelerômetros Mc laren, foi o primeiro no MotoGP a apresentar os sensores da empresa britânica, tendo este último a particularidade de medir a temperatura em 5 locais diferentes, contra apenas um para o 2D.

São os mesmos sensores infravermelhos que a Yamaha e a KTM utilizam agora nas suas máquinas oficiais, mais fáceis de implementar do que 5 sensores externos ligados por fios eléctricos. No momento, porém, os mantemos, nem que seja para calibrar e/ou ver as diferenças de temperatura entre o interior da carcaça e o exterior da borracha...

O sistema completo consiste em um sensor de pressão e um sensor infravermelho de temperatura com transmissor montado em um aro. Isto envia dados de pressão e temperatura através de um link de rádio para um receptor compacto. Um único receptor é usado para receber dados dos sensores dos pneus dianteiros e traseiros. As taxas de amostragem aumentam automaticamente dependendo da condição dos pneus e o sensor para abaixo de um limite de pressão para preservar a vida útil da bateria (o mesmo se a roda não girar, na versão mais recente). O receptor envia os dados para a motocicleta via CAN.

Lembraremos que mais uma vez, como muitas vezes acontece no campo técnico, a Ducati estava à frente dos seus pequenos camaradas...

sensor de roda

  • Tensão de alimentação 2,8 – 3,6 V (cloreto de tionila interno e bateria de lítio)
  • Vida útil >1 de transmissões
  • Número de transmissões incluídas nos dados transmitidos
  • Tensão da bateria medida com carga total
  • Taxa de transmissão: Governada pela taxa de mudança de pressão, temperatura e rotação do impulsor. Estruturado para preservar a vida útil da bateria.

Pressão do pneu

  • Faixa de pressão 0,3 – 7 bar (4,4 – 100 psi)
  • Resolução de pressão 4mBar/bit (0.06psi/bit)
  • Precisão de pressão ±10mBar (±0,15psi) típica, ±20mBar (±0.3psi) máx.
  • Faixa de temperatura autocompensada

Temperatura do pneu (sensor de matriz infravermelha)

  • Temperatura do objeto -20°C a +300°C
  • Campo de visão de 120°
  • 5 pontos de temperatura dos pneus (T1 – T5)
  • Resolução de temperatura 0.078°C/bit
  • Precisão de temperatura ±3°C
  • Repetibilidade ±1°C

Documentos técnicos de crédito: Mc laren

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