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África não é conhecida pelos seus pilotos, carros ou motociclistas. Porém, vários campeões mundiais, por vezes esquecidos, nasceram nestas latitudes. Mesmo sendo raros, sua presença não pode ser esquecida. Aqui estão os 10 maiores pilotos africanos de todos os tempos.

Este episódio segue o parte cinco, publicada ontem. Para encontrar as regras e menções honrosas, encontre a primeira parte aqui.

Nº 2: Gary Hocking (1937-1962)

O primeiro lugar é entre dois rodesianos, ou melhor, dois ingleses que mudaram de nacionalidade. O debate continua, mas depois de muita reflexão, Jim Redman sai vitorioso. Gary Hocking, o único campeão mundial africano de 500cc, terminou portanto em segundo.

Hocking, que chegou à Europa em 1958, causou imediatamente uma forte impressão. Sua experiência vem do grasstrack, disciplina muito difundida nessas latitudes. Com um Norton Manx, ele terminou em terceiro em sua segunda participação no campeonato mundial, então patrocinado pela Reg Dearden.

No ano seguinte, MZ ofereceu-lhe um contrato nas 250cc e novamente Hocking acertou em cheio. Com duas vitórias, o título de campeão mundial não está muito longe. MV Agusta, já bem implementado graças aos esforços de John Surtees, detecta potencial e aposta em Gary nas 125cc, 250cc e 350cc. Pilotando a melhor máquina do tabuleiro, nada pode detê-lo. Exceto outros MVs…

Surtees conquista outro título de 350cc enquanto Carlos Ubbiali fortalece sua lenda nas outras duas categorias. Nosso bom Gary terminou em segundo lugar, três vezes. Um amargo fracasso que leva a uma grande oportunidade: John Surtees, cansado, decide avançar para os monolugares e deixa vago o melhor guiador da grelha. Hocking é logicamente promovido.

Sem suspense. Além do título de 350cc, Hocking sagrou-se campeão mundial de 500cc em 1961, com sete vitórias em oito partidas. Mike Hailwood, constantemente em segundo lugar em uma máquina inferior, não pode fazer nada a respeito. Recém-coroado, decidiu se aposentar no início de 1962, logo após a morte do amigo Tom Phillis no Troféu Turístico.

 

Gary Hocking durante o TT Assen de 1961. Foto: ANEFO

 

Julgando os monopostos mais seguros, ele ironicamente morreu naquele mesmo ano ao volante de um Lotus 24.

O título supremo poderia tê-lo colocado na primeira posição, mas o legado de Jim Redman é muito mais importante. Hoje, Gary Hocking é um campeão esquecido e sua longevidade (quatro anos no mais alto nível) não funciona a seu favor.

Nº 1: Jim Redman (1931-)

No final das contas, Jimmy herda o primeiro lugar. Depois de conquistar todos os troféus na Rodésia, o londrino fez o mesmo no velho continente. Motivado, regressou à Europa em 1959 para divulgar a notícia.

Primeiro no Norton, mostrou presença, mas não conseguiu a primeira vitória. Em 1960, a Honda, em busca de um substituto para Tom Phillis (Amigo de Hocking) ferido, seleciona Jim para trabalho freelance nas 250cc. É amor à primeira vista. A marca japonesa, recente no mundo, encontra o piloto que vai lançar uma verdadeira dinastia.

Se ele não for o primeiro a vencer pilotando uma Honda, Redman se tornará a primeira lenda da empresa. Em 1962, conquistou os títulos de 250cc e 350cc, dominando o resto do pelotão. Ele só é espancado por Luigi Taveri em 125 cc, também equipado com máquina alada.

Um ano depois, mesmo preço. Dois novos títulos de 250cc e 350cc são adicionados à sua lista de conquistas. Se se libertou da coroa das 350cc em 1964 (vencendo 100% das corridas em que participou), o rodesiano deverá deixar o quarto de litro para Phil leu, na Yamaha. Nas 125cc, ele está novamente em segundo, atrás de Taveri.

Jimmy faz isso de novo pela quarta vez em 65! Quatro títulos consecutivos do campeonato de 350cc, acompanhados por dois títulos consecutivos de 250cc. lendário. Pela primeira vez em 1966, Redman experimentou as 500cc com sucesso. Ele venceu duas corridas, mas ficou gravemente ferido em Spa-Francorchamps. Este grande volume o convenceu a encerrar sua rica carreira.

45 vitórias, 98 pódios e 35 voltas rápidas. Certamente, Redman é legítimo nesta posição do ranking.

Esta saga sobre os pilotos africanos acabou. Apesar da omnipresença de apenas dois países no top 10, podemos esperar ver os irmãos Binder inspirar mais de um no continente.

 

A equipe Honda em 1963. Da esquerda para a direita: Jim Redman, Luigi Taveri e Kunimitsi Takahashi. Foto: ANEFO

 

Foto da capa: ANEFO 

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