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Valentino Rossi está prestes a conseguir o quê? Seu décimo título mundial?
Não. Em última análise, algo muito mais importante.

Retrocesso.
Até anos recentes, A Espanha dominou amplamente (e ainda domina) a competição de motociclismo de velocidade. Basta contar o número dos seus representantes no MotoGP para se convencer disso; 9 pilotos no grid, quase metade.

O porquê deve ser procurado em duas direções.
Trata-se de um país verdadeiramente apaixonante, porque o contexto económico exige, alimentado em 2 rodas durante todo o período do franquismo, tudo sob o sol, o que não prejudica em nada a prática destas máquinas. Poucas formas de começar, mas uma infinidade de circuitos e corridas locais capazes de incentivar múltiplas vocações.
O outro encontra-se ao lado do Dorna, estrutura espanhola que rega abundantemente as diversas equipas do campeonato com, por vezes inevitavelmente, um entendimento patriótico um pouco mais desenvolvido.

Depois de alguns anos, a conjunção destes dois elementos produziu o resultado esperado; os espanhóis estiveram por todo o lado e ganharam tudo, das 125cc ao MotoGP.

Os restantes países europeus tiveram de ceder ao jugo ibérico, incluindo a Alemanha, o Reino Unido e a França, devido apenas à transmissão televisiva internacional o facto de ainda terem pelo menos um representante na categoria principal.

O A Itália, o país dos motores, se é que alguma vez existiu, resiste há muito tempo mas, após o trágico desaparecimento de Marco Simoncelli, só conseguiu produzir um Iannone quando a Espanha tirava Márquez, Espargaró, Vinales e outros Rins da cartola.

A pedra fundamental da renovação italiana foi lançada pela Federação Italiana (FMI) que, conseguindo reter alguns patrocinadores importantes, injectava anualmente um milhão de euros na sua equipa de Grande Prémio. Alguns pilotos fizeram ali sua primeira experiência no Circo Continental, com maior ou menor sucesso.

Então, em 2014, Valentino Rossi cria a VR46 Riders Academy. O objectivo era ajudar os pilotos italianos mais promissores, colocando-os onde pudessem progredir, todos sob a tutela e com a aura do Doutor, sem falar na extensa formação em Misano ou Tavullia.

E funciona! Hoje eles são onze serão rotulados como “VR46”, e estão começando a desempenhar papéis de liderança na Moto3, com Romano Fenati, Niccolo Antonelli, Andrea Migno, Nicolo Bulega et Francisco Bagnaia, mas também para ganhar força na Moto2, com Franco Morbidelli, Lorenzo Baldassari et Lucas Marina.
Atualmente menos conhecido, também encontramos Dennis Foggia et Marco Bezzucci no Campeonato do Mundo FIM Repsol Junior Moto3, bem como os muito jovens Celestino Vietti Ramus no campeonato italiano CIV.

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A próxima etapa será a passagem da equipe própria de Valentino Rossi, o Sky VR46, na Moto2, a partir de 2017.

No final de 2018, a equipa de Moto2 terá, portanto, dois anos de experiência e Valentino Rossi provavelmente irá aposentar-se como piloto.
Mas vamos apostar que ele estará, sem dúvida, no início de uma nova carreira como gestor de equipa no MotoGP, com pilotos italianos!
E o ícone do MotoGP pode muito bem ter sucesso onde todas as federações nacionais têm apostado no poderoso ibérico…
Certamente ainda não chegámos lá, mas é evidente queapenas um espanhol aparece entre os 12 melhores pilotos de Moto3 deste ano. Contra 6 italianos...

PS: Na passada segunda-feira, como é habitual, alguns pilotos da VR46 Riders Academy treinaram em Misano, neste ambiente saudável de camaradagem que o Doutor adora.

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