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O campeonato está chegando ao fim. Wayne Rainey e Eddie Lawson estão agora sozinhos na liderança. Dois titãs do século 20, duas lendas, dois heróis. Mas apenas um levantará o troféu.

O circuito Bugatti em Le Mans verá uma das performances mais decisivas de um piloto. Lawson, com nervos de aço e cabeça fria, larga na pole. A corrida começou bem para “Steady Eddie”, mas a tempestade de Kevin Schwantz está se aproximando rapidamente. Depois de um início misto, ele conseguiu voltar ao caminho certo subindo como uma bala para a dupla líder. Rainey nem consegue acompanhar seus dois compatriotas. Lawson e Schwantz estabeleceram um ritmo incrível em uma batalha de grandes nomes.

Por algum milagre, Eddie consegue vencer Kevin por menos de um segundo. Rainey é rebaixado para mais de 15 segundos atrás. O funcionamento do campeonato é magnífico para o piloto da Honda, que também é um dos poucos que venceu Schwantz numa luta na última volta.

O trio líder ainda está no circuito de Donington e a batalha continua forte. Embora conduzido por um impetuoso Niall McKenzie, desta vez foi o Suzuki #34 que venceu e graças ao segundo lugar, Eddie Lawson consegue ficar um passo à frente no campeonato. Com três rodadas restantes, o laço se aperta em torno de Wayne Rainey. Este último precisa de uma façanha, para mostrar quem manda.

 

Niall Mackenzie era um sucesso em Donnington. Aqui na batalha com Eddie Lawson. Foto de : Stu Newby

 

Isto é confirmado na Suécia. Ele conquista a pole position na frente dos tenores. No circuito de Anderstorp, a atmosfera é elétrica. O primeiro fato da corrida (e não menos importante) não surpreende: Schwantz quebra e não vencerá. Rainey se viu perseguindo Lawson, que mantinha a liderança com segurança.

Os dois homens estão no limite extremo, num ritmo insustentável para os valentes perseguidores. Lawson abre bem. Ele está a todo vapor em todos os lugares, em todas as curvas e Rainey não quer desistir de um milésimo.

Faltando duas voltas, o tempo para. As imagens congelam. Tudo está em câmera lenta. Lawson, segundo ele, nunca havia se virado tão rapidamente nessa pista. Rainey não consegue acompanhar. Muito ganancioso, cai nos piores momentos. Numa fração de segundo o destino muda.

Lawson admitiria mais tarde que os pneus não suportariam tais cargas e que esta queda decisiva não foi diretamente um erro de Wayne. No pódio encontramos Christian Sarron que confirma um ano magnífico; Wayne Gardner, o fantasma, junta-se aos dois ladrões.

Pontos 13,5. Essa é a diferença a favor de Lawson no campeonato antes de entrar na última rodada. Por uma chance de fazer história, Rainey deve vencer a corrida enquanto seu rival não deve terminar entre os 11 primeiros. Antes da final, que acontece no circuito de Goiânia, no Brasil, o piloto da Yamaha passa por uma fase difícil. “Sinto como se tivesse levado uma surra de todo mundo. Como se eu tivesse decepcionado meu time. » Palavras duras para consigo mesmo, sabendo perfeitamente que deve contar com um milagre.

 

 

Wayne Rainey, após seu recital em Hockenheim, está lutando para ir longe no campeonato, apesar da confusão de pódios. Foto: Gary Watson

 

Isso não o impede de conquistar a pole. Mas sem suspense: ele não conquistará o título. Lawson ainda consegue a melhor largada e apenas Kevin Schwantz consegue competir com Eddie. Este último realiza uma corrida excepcional, mais uma vez, e conquista novamente a vitória.

Cruzando a linha em terceiro lugar, Rainey sabe. Ele está espancado. Mas devemos perceber o ano que acaba de ser completado por estes três ogros. Wayne terminou com 210,5 pontos, mais de 14 por corrida (sabendo que a escala era de 20 pontos, contra 25 de hoje). Com exceção de uma única queda e boicote, ele terminou todas as corridas do ano no pódio. Sim, sim, todos eles.

Eddie Lawson teve um ano de 228 pontos em 15 corridas, um desempenho de outro mundo. Apenas um quinto lugar na Austrália (e o seu boicote a Misano) o impediu de ter um ano inteiro no pódio.

Kevin Schwantz, quarto na classificação geral (derrotado por um muito consistente Christian Sarron), é estatisticamente surpreendente. Seis vitórias e nove poles depois, ele só terminou em primeiro ou segundo quando terminou as corridas.

Esta temporada de 1989 está gravada em letras douradas na história dos Grandes Prêmios. Já vimos três pilotos tão fortes competir entre si, em três marcas diferentes, ao longo de um ano? Uma tensão tão incrível ao longo de um ano? Provavelmente não. 1989 continua sendo um sonho, um momento à parte. Uma memória adolescente, o esboço da estação perfeita.

 

Foto da capa: Stu Newby