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Como sugere o nome deste novo tema, vamos voltar aos grandes momentos da história para questioná-los. Podem ser temas muito específicos, mas também questões mais amplas. Para lhe dar uma opinião, apresentaremos os argumentos favoráveis ​​e desfavoráveis ​​para cada uma dessas questões. Hoje, vamos dar uma olhada em uma das maiores transferências da história do nosso esporte: Rossi na Ducati.

I) Um pouco de contexto

Depois de sete anos de bons e leais serviços na Yamaha (pontuados por quatro títulos mundiais), Valentino Rossi procura um novo desafio aos 31 anos. A oportunidade de trabalhar com Filippo Preziosi, a difícil relação mantida com Jorge Lorenzo há quase três anos e o desafio 100% italiano foram os motivos que levaram “O Doutor” a escolher o escritório Borgo Panigale. Claro que alguns sem dúvida mencionarão o salário incrível, mas isso não é nossa responsabilidade. Ele próprio admitiu que esta não era a sua principal motivação e que a Yamaha oferecia o mesmo.

O que se seguiu foram dois anos passados ​​com a Ducati, na companhia de Campeão mundial de 2006 Nicky Hayden, antes de retornar à Yamaha.

II) Falha paralisante, ou “escala de magnitudes”

 

Le Mans 2011, um dos três pódios de Valentino Rossi em vermelho. Foto de : Box Repsol


Antes de qualificar nossas observações, vamos voltar ao que não funcionou. Na verdade, poderíamos passar horas discutindo os detalhes, a relação às vezes tempestuosa com a Ducati, as dificuldades encontradas no desenvolvimento da Desmosedici, e depois debater isso. Mas se dermos um passo atrás, não há dúvida: a corrida pelo título foi planejada e ele falhou nesse plano. Na altura pensámos mesmo que Valentino Rossi poderia fazer o belo triunfo encarnado, até porque esta transferência foi uma das mais importantes da história.

Um italiano brilhante em uma máquina desde o porta-malas, naturalmente trouxe à mente a associação de ouro Agostini/MV Agusta. Toda a imagem, a comunicação (até ao uniforme da sua máquina, diferente daquela do Hayden em 2011) não tiveram resultados equivalentes. Nenhuma vitória em dois anos, embora tenha sido coroado duas temporadas antes, e apenas três pódios. É magro.

Na verdade, ele não garantiu seu status de homem providencial. Porque sim, isso é algo a ter em conta. Se hoje nos lembrarmos dos anos vazios do VR46, isso nunca tinha acontecido antes. Quando assinou com a Ducati, Rossi teve sucesso em tudo o que fez. A passagem pela Yamaha, quando a marca não tinha um histórico tão prestigiado, foi quase milagrosa. Rossi transmitiu a imagem de alguém que não falhou, que permaneceu carismático em todas as circunstâncias, que conseguiu o impossível, como se Ilha Phillip em 2003 ou Bem-vindo em 2004. Deste ponto de vista, a sua transferência é um fracasso, porque o mito foi danificado e percebemos que ele era humano. Mas esta diferença entre as expectativas e o resultado final apenas ampliou o fenómeno.

III) Relativizar

Agora vamos dar um passo para trás. Se retirarmos um pouco da grandeza desta assinatura e do seu impacto histórico, e estudarmos de perto os resultados, não se trata tanto de um fracasso. Antes de mais nada, devemos lembrar um ponto específico que muitos esqueceram. Na época, comparações com Casey Stoner estavam indo bem, especialmente porque os dois ladrões tinham uma história: não há necessidade de lembrá-lo da corrida Laguna Seca em 2008... Stoner, abençoado com talento natural e velocidade relâmpago, conseguiu fazer a Ducati triunfar. Lembramos que o australiano foi o único que conseguiu operar esta máquina, e isso não está errado... Mas um tanto exagerado. Com efeito, a Desmosedici de 2011 já não tinha nada a ver com a de 2007. Antes mesmo da chegada do australiano à equipa oficial, Capirossi conseguiu vencer corridas, e até aparecer bem na classificação geral. O desempenho da máquina diminuiu consideravelmente nesse meio tempo. Sim, Casey conseguiu vencer entre 2008 e 2010, mas com muito menos frequência, e não jogou mais nada no geral, mesmo em 2008, vice-campeão para Rossi por 93 pontos.

 

A relação entre os dois ficou prejudicada após a colisão em Jerez em 2011. Foto: Box Repsol


Na verdade, esperar pelo título de Rossi enquanto Stoner não conseguia mais atuar durante um ano inteiro no comando (4º a 158 pontos da coroação em 2010) numa máquina que ele próprio concebeu, foi sem dúvida demasiado presunçoso. Aliás, na realidade, as duas épocas em causa não foram tão más se omitirmos as expectativas, então justificadas. Rossi fez grandes avanços e seu pódio em Le Mans em 2012 é uma verdadeira jóia. O italiano dominou o seu companheiro de equipa ao longo dos dois anos, especialmente o segundo, e marcou um progresso real durante um período que acabou por ser bastante curto.

Também deve ser lembrado que o mundo dos Grandes Prêmios era diferente. A eletrônica não foi compartilhada por todo o conjunto, o que contribuiu para as enormes disparidades entre as diferentes forças presentes. Isso faz do período 2007-2015 um dos mais difíceis de vencer da história, isso é fato. Além disso, teremos de esperar até 2014 e Andrea Dovizioso ver uma temporada melhor, prova de que a saída do site no final de 2012 não foi fácil de administrar, mas que, Rossi não estava lá à toa.

Se partirmos deste princípio, suas temporadas não foram piores que as de Jorge Lourenço em 2017, um ano ainda muito mais aberto, ou que Pedrosa em 2018 no final da carreira.

Conclusão:

Rossi na Ducati, todo um debate. Em última análise, e ao contrário do que se possa pensar, é mais uma desilusão do que um amargo fracasso. As expectativas eram tão altas, normais, para a Vale'. Na verdade, é impossível dizer que é um sucesso, principalmente pela ausência de título mundial.

Não há resposta certa ou errada para esta pergunta., porque é apenas uma questão de interpretação, especialmente quando se trata de um piloto tão polêmico como Valentino Rossi. Mas estamos curiosos para saber o que você pensa! Conte-nos nos comentários!

 

A diferença de tamanho com as máquinas atuais é simplesmente louca. Foto: Raniel Diaz

Foto da capa: Matt Billings

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