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Ele era especial. Suas batalhas com Shinya Nakano fazem parte da história, mas Olivier Jacque ainda é muitas vezes esquecido quando se fala dos pilotos que nos fizeram vibrar. Uma retrospectiva das cartas mais lindas que ele escreveu.

É difícil descrever um piloto deste tipo. Digamos que alguns motociclistas ganhem corridas com estilo: “OJ” correu com estilo durante toda a vida, independentemente do resultado.

O primeiro pelo título de 250CC em 2000: foi decidido na última corrida da temporada, em Philip Island. Lembre-se: Jacque está atrás de seu companheiro de equipe Shinya Nakano depois de uma corrida difícil. Ambos os pilotos da Tech-3 levam suas Yamaha YZR250 ao limite e na última volta a tensão está no máximo.

Olivier Jacque é um produto puro da Tech-3: ficou lá de 1995 a 2003. Aqui nas 125CC, no Japão em 1996. Foto: Rikita

O japonês sai na frente na última curva à esquerda, mas Jacque favorece a saída: no turbilhão, de cabeça na bolha, ele vem para receber seu título em jogo, por 0.014 segundos! França no firmamento. Esta coroa histórica ficou na memória de todos, e assim a lenda 'Jacque Attack' foi confirmada.

Chegando na categoria rainha, ainda com a Yamaha Tech-3, aclimatou-se rapidamente à categoria. Sempre no ataque, caiu bastante, mas deu um jeito de conseguir um bom quinto lugar na Grã-Bretanha. Em 2002, ele correu com uma YZR500 a dois tempos, enquanto os grandes nomes mudaram para a 990CC a quatro tempos. Depois de um início de temporada conturbado, o Grande Prêmio da Alemanha chega a Sachsenring. Jacque está muito confortável e choca ao conquistar a pole position diante de todos os grandes nomes da categoria!

Jacque era esse eterno estranho, aquele que ninguém espera. Aquele que nos faz levantar dos nossos lugares. No domingo, ele se transcende. Ele joga nas grandes ligas, brigando com os melhores pilotos do mundo, mas enquanto liderava a corrida, à frente de Rossi, Ukawa, Biaggi e outros Checa, Alex Barros, então segundo, tenta uma ultrapassagem impossível por dentro na primeira curva, perde a frente e coloca Jacque a bordo.

Mesmo tendo caído, ele nos deixou orgulhosos naquele dia. Um francês, com uma moto que chegava a 10 km/h na curta reta dos boxes, enfrentou os maiores, de uma equipe francesa. Jacque havia perdido a corrida, mas ganhou o respeito de todos.

Chega a temporada de 2003, com um bom desempenho no circuito Bugatti, “em casa” (quarto) e mais alguns quartos e quintos lugares conquistados aqui e ali. Mas a falta de consistência vai afastá-lo do MotoGP e ele fica sem guidão para 2004. Faz duas corridas pela Moriwaki, testa sem grandes resultados e depois vai embora.

Mas estamos falando de JO! Não pode acabar assim! Alex Hoffman lutou durante três anos com sua Kawasaki ZX-RR, sem obter resultados notáveis. Ferido, é necessária uma substituição. A Kawasaki, que conhece o potencial do francês, chama Jacque para dois Grandes Prêmios: na China e na França.

Sem conhecer muito a moto, ao descobrir os pneus Bridgestone e também o circuito de Xangai, “Jacque Attack” conseguiu a corrida da sua vida sob uma enchente impressionante. Terminou em segundo, atrás de Valentino Rossi, mas depois de ter ultrapassado Gibernau e outros, rodando em máquinas muito superiores.. Sempre modesto e humilde, reconhece que “O Doutor” era o mais forte.

Jacque representava coragem, desejo, coragem. Estilo francês. Foi isso, um motivador que as estatísticas não descrevem, mas um impulsionador que todos nós tínhamos em nossos corações.

Hoje, quem pode dizer que não amava Olivier Jacque. Sempre 100%, que nunca desiste, que é capaz de proezas como corridas medianas. Jacque colocou um sorriso em nossos rostos pelo menos uma vez, uma risada animada, dizendo para si mesmo: “Ele não vai fazer isso?”. E isso vale todos os troféus do mundo.