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Pela primeira vez vamos começar a temporada na pista de Portimão, em Portugal, devido ao trabalho em Losail. Os testes que decorrem actualmente são a oportunidade perfeita para relembrar a história deste Grande Prémio.

A bela história deveria ter começado em 1987. À medida que a popularidade das corridas de motociclismo explode, Portugal também quer que o seu GP complete a digressão europeia. O país já contava com um equivalente sobre quatro rodas desde a década de 1950 nos circuitos de Boavista (Porto) e Parque de Monsanto (perto de Lisboa). Em 1984, o circuito do Estoril fez sua aparição no calendário da Fórmula 1 Inaugurado em 1972, o complexo também conhecido como.Autódromo Fernanda Pires da Silva – uma empresária portuguesa – demorou a conquistar o coração das autoridades devido a problemas financeiros. Mas na década de 1980, a passagem por Estoril tornou-se essencial na F1.

O local foi escolhido de forma inteligente. Não muito longe do Oceano Atlântico e de Lisboa, situa-se no concelho com o mesmo nome. Entre duas corridas é fácil divertir-se na Riviera Portuguesa, seja nos muitos hotéis de luxo ou nos casinos.

 

Estoril e Casais em 2012. Excelente ambiente. Foto: Apetrov09703


Neste período áureo de meados da década de 1980, o Estoril pretendia que um Grande Prémio de motociclismo se desenvolvesse ainda mais. Desta vez não há nenhum driver ou marca portuguesa que motive a criação de um evento como muitas vezes acontece. O primeiro encontro está marcado para a temporada de 1987. Mas houve uma reviravolta: o circuito simplesmente não é adequado para motos. Impossível cancelar o GP previsto no calendário, mas correr nem é opção. A partir daí escolhemos um circuito na Espanha Jarama, para o Grande Prémio de Portugal. Estamos adiando para 1988.

Mas não é melhor. Aqui, novamente, a gestão do circuito não conseguiu propor melhorias suficientes para sediar o campeonato mundial. Estoril é substituído por Jerez, mas sob o nome de “Grande Prêmio Expo 92”, além do Grande Prêmio da Espanha disputado em Jarama. O projeto desmoronou.

No final da década de 1990, uma nova vida reavivou a preguiça portuguesa. Muito criticada pelos pilotos de F1 por causa da segurança, a FIA abandonou em 1997. Assim, a federação local está tomando as providências necessárias para finalmente trazer os veículos de duas rodas. Em 2000, o Estoril voltou a aparecer no calendário, 13 anos depois da primeira menção a uma volta por aqui!

Desta vez é o caminho certo. Os primeiros vencedores são ninguém menos que Emilio Alzamora nas 125cc, o falecido Daijiro Kato nas 250cc e Gary McCoy nas 500cc, que esteve numa temporada intensa nas Red Bull Yamaha WCM. O circuito é lindo e destinado a permanecer no calendário. Ao longo da década de 2000, o Estoril foi ponto de passagem obrigatório para pilotos do campeonato mundial. Se Valentino Rossi é o que tem mais vitórias na categoria rainha (5), é mais conhecido por ser o jardim da Jorge Lorenzo. “Por Fuera” conquistou sua primeira vitória lá em MotoGP durante a temporada de 2008, depois venceu novamente em 2009 e 2010.

 

Stoner e Lorenzo no Estoril em 2012. Foto: Box Repsol


A última passagem está prevista para 2012, após acordo entre a federação e o governo português. A FIM preferiu o COTA de Austin para 2013 e Portugal saiu assim do calendário com uma vitória final de Casey Stoner. Embora tenhamos esquecido completamente o país durante cerca de dez anos, a pandemia global ressuscitou as esperanças de ver o MotoGP evoluir no país azul. Lá FIM e a FIA foram forçados a encontrar alternativas europeias para viagens ao exterior. Foi uma boa notícia, outro circuito, inaugurado em 2008, correspondeu às expectativas de ambas as autoridades. Portimão, ou mais precisamente, o circuito algarvio, que leva o nome da região administrativa situada no extremo sul do país. Já há algum tempo no calendário do WSBK, o percurso o mais acidentado possível convenceu a DORNA, que o montou no final da temporada de 2020.

Um golpe de sorte, pois os Lusitanos tinham nas suas fileiras um grande piloto na pessoa de Miguel Oliveira. Este último alcançou um feito inédito ao vencer com a pole e a melhor volta da corrida em casa, num KTM Tech3. Certamente uma das vitórias mais imprevisíveis e dominantes da história moderna.

Mesmo quase sem shows, o complexo agradou pilotos e equipes. Em 2021, ano semi-truncado devido à Covid-19, foi agendado duas vezes, uma das quais com o nome de Grande Prémio do Algarve. Viu-se uma vitória decisiva de fabio quartararo, e o outro, um sucesso tardio de Francisco Bagnaia. Em 2022, “El Diablo” fez de novo e esmagou a concorrência diante de arquibancadas muito vazias.

A taxa de ocupação foi particularmente preocupante, como em Silverstone. Os organizadores afirmam ter recebido apenas 75 000 pessoas no fim de semana, a 4ª pior multidão do ano atrás perder (como sempre, e a comparação realmente não se sustenta), Motegi e o Mugello. Embora reconheçamos a singularidade do percurso tipo “montanha-russa”, É preciso reconhecer que as corridas não são das mais emocionantes e que o molho é difícil de segurar. O público nunca está errado. Esperemos o melhor para 2023, até porque a sua posição no calendário o torna um evento importante.

O que espera de Portugal daqui a duas semanas? Conte-nos nos comentários!

 

Oliveira chocou todo o mundo do motociclismo. Foto: Michelin Motorsport

Foto da capa: Jorge Meneses