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A par da utilização generalizada de sistemas de radar, agora utilizados por vários fabricantes, como BMW, KTM e Ducati, assistimos ao desenvolvimento de sistemas semelhantes, baseados na utilização de câmaras ou outros sensores ópticos. Um exemplo vem de uma patente da Honda, que mostra o estudo de um sistema de monitoramento de tráfego baseado em sensores visuais – essencialmente câmeras – projetado para coletar informações de trânsito e transmiti-las a sistemas de segurança ativa.

A Honda pode se orgulhar de ser líder em tecnologia no segmento de motocicletas, mas atualmente a empresa está atrás de seus concorrentes na área em rápida evolução de sensores externos que alimentam os sistemas de segurança dos automóveis. A tendência pode estar a inverter-se, uma vez que foram publicadas várias patentes que mostram a empresa a desenvolver sistemas de radar dianteiro e inverso, incluindo para o GoldWing e o Africa Twin, e agora surgiu outra patente que revela ajuda para uma segurança potencialmente mais barata e mais simples que poderia ser usada num gama mais ampla de veículos.

Embora os radares sejam uma tecnologia comprovada e um sistema desenvolvido pela Bosch já esteja disponível na Ducati Multistrada V4S, BMW R1250RT e KTM 1290 Adventure S, eles são difíceis de integrar no design de uma motocicleta.

As patentes publicadas pela Honda já se concentraram na estética, trabalhando para integrar os sensores atrás da carenagem para ocultá-los, mas os radares não são a única opção para detecção de objetos. Na área automotiva, algumas empresas, incluindo a Subaru, preferem usar câmeras estéreo em vez de radar para medir a distância até os objetos, e a última patente da Honda mostra que ela adaptou uma ideia semelhante ao mundo das duas rodas.

 

 

A patente da Honda mostra sensores de imagem montados dentro dos faróis das motocicletas, bem ao lado dos LEDs nas próprias luzes. Nas imagens aqui, os sensores são rotulados como “17” e “26”, enquanto os LEDs são “15” e “23”. Um painel de controle eletrônico também é montado dentro do farol, junto com as paredes internas para evitar que o sensor de imagem fique ofuscado pela luz dos LEDs. A ideia parece ter diversas vantagens, principalmente quando se trata de integrar a tecnologia de sensores nas dimensões da dianteira de uma motocicleta sem prejudicar sua aparência.

 

 

Com pelo menos dois sensores de imagem proporcionando uma visão estéreo, deveria ser possível determinar a que distância os objetos estão, com a maior parte do trabalho sendo feito por um processador de reconhecimento de objetos integrado que também seria capaz de identificar o que nos espera, por por exemplo, para saber a diferença entre um pedestre e um veículo.

Embora as câmeras tenham restrições que os radares não têm, principalmente se a visão à frente estiver obscurecida pela neblina, elas também oferecem vantagens. Por exemplo, um sensor baseado em câmera também poderia ser usado para reconhecer sinais de limite de velocidade, detectar semáforos e até mesmo detectar luzes de freio que iluminam os veículos à frente.

Além disso, o tipo de sensor de câmera digital sugerido na patente da Honda é extremamente barato. Muitos smartphones modernos possuem três, quatro ou até cinco câmeras, a integração de dois desses sensores no farol de uma motocicleta pode ser feita sem adicionar volume ou peso.

 

 

No entanto, ainda é cedo para avaliar a eficácia destes novos sensores desenvolvidos pela Honda em comparação com a tecnologia de radar desenvolvida pela Bosch. O que é certo é que a Honda ainda se orgulha de ser líder tecnológica no campo das motocicletas, e o desenvolvimento interno da tecnologia de radar pode muito bem ser melhor do que o disponível hoje no mercado.